Incomum, mesmo para mim que sinto;
insensato, diante do que aprendi,
indistinto e disparatado.
Este espelho mente a todo instante!
O que vejo inteiramente é uma farsa,
um desplante que não almejo...
Não posso me furtar à realidade.
Por que este medo me incomoda:
será tarde ou ainda é cedo?
Nessa imensa multidão sou uma ilha
que busca um equilíbrio no oceano:
uma trilha nesta selva injusta.
O meio será mesmo a mensagem?
E se eu quebrar então este espelho,
que vantagem posso ainda levar?
Sempre me enamorei dos mistérios.
Nos porões da mente jazem, intactos,
meus desidérios e paixões.
Minha mente comporta esses mundos.
O virtual se une ao da realidade,
profundo, utópico e visceral.
Ainda não quebrei este cristal,
pois creio que nele mora a verdade,
a aula triunfal e o recreio.
Mas o método que uso não funciona.
Isso que eu faço não interfere
nessa zona morta do espaço.
A mente me engana o tempo todo,
estou perto de ser tachado
de um engodo sem conserto!
Quisera ser até mais passional,
menos chinfrim, comum e desregrado.
Mas qual! - o espelho mente para mim!