Distante caminho solitário que não sente
E para si mesmo mente descontente
Vendo luas e sóis, desertos e oásis
Abrigo e relento,desventura e ventura,
Prossegue em dias sem arrebol, sem paixão
Vivendo em uma escuridão tão morna
Enfraquecido está o seu corpo,sua alma vazia
Sem a primazia da felicidade em lábios não mais pueris
Adormecido está o amor, talvez ausente, e isto sente
Quase enlouquece, não mais se aquece, entristece
Aos poucos o sopro vivente, deságua em mares
E como em canção solitária, sangra a alma
Naufragando interminavelmente em segundos
E, lá no fundo, tem gosto de fel,amargura e salinidade
E a serenidade partiu, desistiu de si, desarmonizou
Sucumbiu, não teve mais força de lutar, chorou
Prostrou suas dores, seus desamores nas dunas
Deixando fluir uma forma própria sem interferir
Quiça dali surgisse um lábio imenso a lhe sorrir?
Mistérios guardados pelo tempo a serem revelados!
Patrícia Pinna