A Árvore que Plantei
Tal como aquela árvore - Eu sou
Faz muito tempo que perto a plantei
Tanto cresceu – Como ficou frondosa!
Muita sombra deu – Nunca parou
Conforto oferecido - Nunca imaginei
Que, por ser tão grande, era famosa
Foi engrossando, tal como eu
Através dos tempos continuando
Nas quatro estações que atravessava
Com raízes profundas se fortaleceu
Pouco recebeu, do muito que foi dando
Tão natural que era, pouco se reparava
Os ramos foram com o tempo mirrando
As folhas em breve neles duravam
A sombra benfazeja, já, não se espalha
Cores de cobre algumas, cedo iam ficando
Antes do tempo muito breve caducavam
Poucos reparavam no que já era uma falha
Hoje permanece solitária, de todo despida
Na mesma postura de forma vertical
Sem utilidade nem beleza de outrora
A árvore tão grande, de folhagem despida
Permanece, agora, o tronco, até ao dia final
Que alguém dali o retire e o mande embora!
Hélder Gonçalves
Outubro 2016